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VOCÊ RH - Escritório móvel

25/01/2011 10:13

Com a implantação do trabalho remoto, a administradora de cartões Visa Vale enxugou as despesas de aluguel, elevou a produtividade e melhorou a qualidade de vida dos colaboradores

  

Que o trânsito é um problema cada vez mais grave nas grandes cidades não é novidade. Que o impacto dos congestionamentos na produt iv idade das empresas é significativo também não. Na CBSS, administradora dos cartões Visa Vale, a realidade não era diferente: os funcionários perdiam muito tempo em deslocamentos diários entre a casa e o trabalho, prejudicando a produtividade e a qualidade de vida. A rotina era mais desgastante para os funcionários da área comercial, que trabalham fora da empresa, prospectando e visitando clientes. Eles enfrentavam o trânsito nas ruas para chegar ao escritório da empresa e, só então, iniciavam seu dia de trabalho, voltando para... as ruas. “Então, por que eles não começavam seu dia logo de casa?”, pergunta a diretora comercial da empresa, Clarena Velasquez Furtado. E assim foi feito.

 

O DESAFIO Para poder começar as visitas aos clientes do dia, o funcionário da área comercial da Visa Vale gastava um tempo enorme em engarrafamentos. Quem saía de casa, na cidade de São Paulo, com destino à sede da companhia, em Alphaville, Barueri, na região metropolitana, por exemplo, perdia até uma hora e meia no trânsito. Isso sem falar que, em algumas cidades, a empresa tinha de manter escritórios para equipes muito pequenas, às vezes de apenas dois ou três colaboradores.

 

A SOLUÇÃO Em 2007, a Visa Vale decidiu adotar o trabalho remoto em todo o país. Primeiro com o nome de Home Office e, logo em seguida, de Mobile Office, para evitar a percepção equivocada de que o funcionário ficaria em casa. “Ele trabalha na rua, fica em movimento”, diz Clarena. A empresa investiu cerca de 480 000 reais para dotar sua equipe comercial de smartphones e notebooks com acesso à internet em banda larga. Além disso, montou home offices nas casas de seus colaboradores e custeou a instalação dos equipamentos necessários. Estruturou também um serviço de help desk apropriado — quando ocorre algum problema, o técnico leva, no máximo, duas horas até chegar à casa do funcionário. “Disponibilizamos todas as ferramentas para ele produzir como se estivesse na empresa”, afirma Clarena. A rotina do pessoal mudou. Afinal, o Mobile Office exige disciplina, capacidade de organização e uma boa separação entre trabalho e vida pessoal. Foi aí que entrou o apoio fundamental das pessoas de recursos humanos. “Elas treinaram os funcionários, mostraram a eles como gerenciar bem o tempo e conseguir a eficiência que a empresa queria, mesmo trabalhando remotamente”, diz Clarena. A seleção de pessoal também mudou. Para integrar a área comercial, a companhia passou a privilegiar candidatos que já tenham experiência anterior com trabalho remoto ou, pelo menos, um perfil de autoplanejamento. Por fim, mudou a gestão de pessoas. Se antes a Visa Vale tinha um gestor para equipes de até 20 funcionários, hoje são no máximo seis colaboradores por equipe. E os gestores agora fazem reuniões a cada 15 dias para acompanhar de perto o trabalho de seus funcionários. “No dia a dia, é uma relação que pressupõe maior confiança no colaborador. Ele ganhou empowerment, mas suas responsabilidades também cresceram e ele sabe que tem de apresentar resultados”, diz Clarena. Ela ressalta que o Mobile Office não deixou ninguém alijado da empresa. “O RH cuida para que esses colaboradores participem de todas as palestras, festividades e eventos da Visa Vale.”

 

O RESULTADO Atualmente, 60 dos 72 funcionários da área comercial da Visa Vale em todo o país trabalham no sistema de Mobile Office. Antes eles faziam cinco visitas a clientes por semana. Hoje são oito visitas por semana. “A produtividade cresceu 49% entre 2008 e 2009”, afirma a diretora comercial. “Num primeiro momento do trabalho remoto, pode até haver perda de produtividade, mas já passamos pelo período da adequação e agora o Mobile Office está consolidado.” Superados os temores iniciais, as equipes se mostram mais motivadas para o trabalho. Hoje o funcionário pode tranquilamente pegar o filho na escola, almoçar e jantar com ele e depois retomar seu trabalho. Uma pesquisa realizada no final de 2009 pela Hay Group apontou um índice de 80% de satisfação entre os funcionários da área comercial da Visa Vale. Antes, esse índice girava em torno de 75%. Embora a empresa não divulgue valores, houve também uma redução nas despesas. Após a implantação do trabalho remoto, a Visa Vale pôde rescindir o contrato de aluguéis de escritórios em nove cidades (Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Salvador, Recife, Fortaleza, Curitiba, Florianópolis e Porto Alegre). Agora, só aluga salas para realizar reuniões pontuais. Os resultados foram tão animadores que a empresa pretende expandir o modelo para outras áreas, como tecnologia e produtos. “Eu mesma adoraria poder trabalhar no sistema de Mobile Office”, diz Clarena.

Por Ursula Alonso

Fonte:https://revistavocerh.abril.com.br/noticia/melhoresp/conteudo_598285.shtml

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