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Miriam Leitão - A cara do mercado de trabalho brasileiro em 2009

08/09/2010 12:06

Os números do IBGE mostram que, no ano passado, o mercado de trabalho brasileiro sentiu bastante os efeitos da crise: a população desocupada cresceu 18,5% em relação a 2008, chegando a 8,4 milhões de desempregados, principalmente jovens. Esse aumento representa a maior elevação da década, como mostra matéria do Globo que pode ser lida aqui. 

Por causa disso, a taxa de desocupação passou de 7,1% em 2008 para 8,3% em 2009, quando foi interrompida a trajetória de queda que começou em 2006. A má notícia é que a desigualdade persiste: apesar de continuarem sendo maioria na população em idade ativa, as mulheres eram minoria (42,6%) entre os ocupados. 

Aliás, de um ano para o outro, o percentual de ocupados caiu de 57,5% para 56,9%, segundo o IBGE, sendo que 42,9% deles trabalhavam em atividades de serviços. 

Mas a renda dos trabalhadores aumentou 2,2% nesse período, subindo de R$ 1.082 para R$ 1.111, e a escolaridade seguiu um alta: em 2009, 43,1% da população ocupada tinham pelo menos o ensino médio completo, contra 41,2% em 2008 e 33,6% em 2004.

Nesse controverso mercado, que reúne dados bons e ruins, a boa notícia é que o emprego com carteira assinada bateu recorde: entre os 54,3 milhões de empregados, 59,6%, ou seja, 32,3 milhões de pessoas, tinham os direitos trabalhistas garantidos, o que representa alta de 1,5% em relação ao ano anterior. Segundo o IBGE, outros 12,2% eram militares e estatutários e 28,2% não tinham carteira de trabalho assinada. Essas informações são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad 2009), divulgada hoje pelo IBGE. 

O instituto verificou que o trabalho infantil continuou em queda, mas ainda faz parte da realidade de 4,3 milhões de brasileirinhos entre 5 e 17 anos. Na faixa entre 5 e 13 anos há 908 mil meninos e meninas trabalhando. O número, no entanto, já foi pior: em 2004, 5,3 milhões de crianças engrossavam essas estatísticas. A pesquisa mostra que a maioria era do sexo masculino e atuava em atividades agrícolas. Esse é o lado mais perverso do mercado de trabalho brasileiro.

PNAD/IBGE

Fonte: https://oglobo.globo.com/economia/miriam/posts/2010/09/08/a-cara-do-mercado-de-trabalho-brasileiro-em-2009-322591.asp

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