Os estados brasileiros que mais avançam na produção industrial são os que têm registrado maior evolução de matrículas no grau universitário. Essa é uma das constatações de análise realizada por Nelson de Carvalho Filho, diretor superintendente das Faculdades Alfa, com sede em Goiânia. Tomando por base dados do IBGE sobre o período de 2002 a 2008, o estudo isolou os dez estados com as maiores fatias do PIB. Destacam-se positivamente Santa Catarina e Minas Gerais, enquanto a Bahia é o que mais deixa a desejar em termos de avanço industrial.
No período considerado, os catarinenses ampliaram de 5,1% para 5,5% a participação no PIB industrial do país. O quinhão da Bahia caiu de 4,3% para 3,9%. Há vários fatores a ser levados em conta para entender porque alguns setores crescem e outros não, e também porque avançam em certos lugares e em outros recuam. Produção voltada mais ao mercado doméstico ou externo, concorrência internacional e incentivos fiscais são alguns deles. A tese de Nelson é de que a oferta de pessoal especializado – parte dela gerada nas universidades – é determinante para o desenvolvimento das atividades industriais.
Santa Catarina, segundo ele verificou, tem o maior índice (3,5%) de população residente matriculada no ensino superior (excetuando-se o Distrito Federal, caso à parte entre as unidades da federação) e é a economia com mais alto grau de industrialização do país. São Paulo, embora tenha perdido ligeiramente participação proporcional, ainda detém 40% do PIB industrial e mantém índice (3,4%) de matriculados no grau universitário quase igual ao dos catarinenses. A Bahia, coincidência ou não, vem perdendo importância industrial e é, no ranking das dez economias mais ricas, a de menor taxa de estudantes do grau superior no total da população: apenas 1,9%.
Goiás, onde Nelson trabalha no ramo do ensino, tem 2,8% de matriculados nas faculdades. “Com população semelhante à de Santa Catarina, Goiás tem um grau de industrialização menor e uma defasagem de 25% em termos de matrículas no ensino superior”, diz ele. Convencer mais goianos a estudar é uma meta do grupo Alfa, que recentemente expandiu sua atuação também a São Paulo.
Por José Roberto Caetano