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EXAME - A Geração Y tem jeito?

30/03/2011 10:40

 

A cada encontro, workshop e palestra que apresento, sou questionado sobre as características dos jovens de hoje, conhecidos como Geração Y. A principal preocupação quase sempre é como orientar os jovens de forma que não percam suas melhores características?

Talvez já tenhamos passado da hora de discutir sobre como “dar um jeito” na Geração Y.

O que temos agora é um cenário estabelecido, com comportamentos sedimentados pelo “jeito” que lidamos com esta geração quando ela ainda estava em formação. Devemos nos adaptar a este novo cenário, afinal, muitos comportamentos atribuídos a Geração Y, fazem parte de nosso cotidiano, independente da geração. Por exemplo, muito se fala da capacidade de realizar diversas coisas ao mesmo tempo – os multitarefas – qualquer pessoa hoje é um pouco assim, assiste um programa na TV enquanto está respondendo um email no notebook ou atende o celular enquanto está dirigindo.

A Geração Y cresceu de forma diferenciada. São jovens completamente conectados, que possuem uma grande intimidade com as novas tecnologias de comunicação ( internet, celulares e redes sociais). Eles valorizam muito os relacionamentos e buscam participar de experiências inovadoras. Gostam de desafios onde possam usar todo seu potencial e que proporcionem feedbacks rápidos. São mais pragmáticos, contudo perdem o foco com facilidade.

O que é que pode ser feito então?

O maior desafio talvez seja o de proporcionar um ambiente mais adequado no mercado de trabalho, preparando os jovens para serem os profissionais do futuro – os lideres do futuro.

Estamos em um tempo de mudanças de paradigmas. Trabalhar em casa já não é mais um absurdo, principalmente depois do surgimento do notebook, celulares e e-mails. Conceitos como “dias úteis”  e “horário comercial” estão completamente alterados com toda tecnologia digital. O jovem profissional sabe que o trabalho está invadindo sua “vida pessoal”, por isso acha natural que “sua vida” também invada o trabalho.

Entre as principais contribuições que esses jovens podem oferecer às empresas em que trabalham certamente está a ousadia para “quebrar paradigmas” e promover inovações que possam diferenciar a empresa no mercado hiper-competitivo.

Este é o  grande dilema, pois o conhecimento tácito, adquirido com a experiência funcional, ainda está restrito aos profissionais mais experientes, que relutam em transferir estas experiências para os mais jovens, demonstrando evidente comportamento de autopreservação.

O jovem da geração Y não convive com este tipo de cenário por muito tempo e isso tem provocado o aumento nos índices de rotatividade das empresas – entenda-se “aumento dos custos de qualificação e reposição do quadro de funcionários”. O jovem atual é o primeiro profissional que manifesta a expectativa de conciliar suas “duas vidas”, por isso as empresas devem reavaliar muitas de suas diretrizes, pois precisam manter este novo profissional.

Devemos lembrar o tempo todo que os jovens se preparam para empregos que ainda não existem, onde usarão tecnologias que ainda não foram inventadas para resolver problemas que ainda não sabemos que serão problemas.

Por Sidnei Oliveira

Fonte: https://exame.abril.com.br/rede-de-blogs/blog-do-management/2011/03/29/a-geracao-y-tem-jeito/

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