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VOCÊ RH - Envolvimento é pouco
07/10/2010 09:57No encontro promovido pelo IEL, palestrantes afirmam que o RH e a empresa querem mais do que um funcionário envolvido. O que eles almejam é um compromisso total
Outubro, 2010 – No momento em que se vive um apagão de talentos, nunca foi tão importantediscutir as formas de atração, desenvolvimento e retenção de profissionais. Por isso, nesta quarta-feira, dia 6, o Instituto Euvaldo Lodi (IEL) promoveu em São Paulo um encontro para discutir as práticas do jornal Folha de S.Paulo e da Ambev.
O jornalista Gilberto Dimenstein e o gerente do IEL-SP, Ricardo Romeiro, foram os mediadores da conversa com Salete de Araújo, gerente de RH da Folha, e Sandro de Oliveira Bassili, diretor de relações sócio-ambientais da Ambev. Esta empresa, aliás, foi destaque no quesito “Gestão de Talentos” do Guia VOCÊ S/A EXAME – As Melhores Empresas Para Você Trabalhar 2010. (confira a lista completa das 150)
Para os dois convidados especiais da IEL, os valores e a cultura da empresa são fatores essenciais que colaboram com a retenção dos talentos. Mais do que isso, ter os valores definidos e disseminados auxilia na hora de atrair novos colaboradores. “As pessoas hoje estão querendo se identificar com a empresa”, afirma Sandro, que reforça a importância de a empresa e o profissional compartilharem os mesmos valores. “Já demitimos por falta de alinhamento de valores.”
Já Salete cita o coaching, o feedback, o counseling e o mentoring como ferramentas para não só reter, mas desenvolver o profissional dentro da empresa. A gerente de RH da Folha considera que se acelera o desenvolvimento do funcionário quando a organização faz uso de tais instrumentos. Ela também salienta a importância desses recursos para os estagiários. “O importante para quem está passando por um estágio é se desenvolver, por isso ele precisa de um mentor e receber feedback. O estudante precisa de orientações na suas primeiras experiências no trabalho.”
SÍNDROME DE ESTRELA
Tanto a Folha quanto a Ambev investem em programas de trainee, prática considerada eficaz para atrair, desenvolver e reter profissionais qualificados. Contudo, Sandro alerta que, quando se trata de trainees, o RH precisa tomar cuidado com o “estrelismo”. Por passarem por um processo seletivo disputadíssimo, os candidatos que são aprovados às vezes acabam assumindo uma postura um pouco arrogante. E isso, segundo Salete, interfere negativamente no desenvolvimento de todo e qualquer profissional. “Quando a pessoa passa por um processo de autoconhecimento, ela reconhece suas deficiências e, então, acontece o aprendizado”, explica a gerente de RH da Folha.
Isso não significa, no entanto, que sentir-se importante na empresa seja ruim. Ao contrário! Sandro de Oliveira diz que um dos "lemas" da Ambev é sentir-se dono da companhia, portanto ela espera não só o que o envolvimento, mas um compromisso do funcionário. “A diferença de um café da manhã com ovos e bacon é que a galinha estava envolvida ao fornecer os ovos. Já o porco se comprometeu e deu a vida para fornecer o bacon.”
Por Anna Carolina Oliveira
https://revistavocerh.abril.com.br/noticia/especiais/conteudo_602498.shtml
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