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Portal Exame - Criativos e Inovadores, mas como?

22/09/2010 11:31

Muitas empresas queixam-se da falta de criatividade e inovação de seus gestores. Assim, produtos, processos e mercados entram em decadência. Concorrência desleal, pessoas sem preparo, mesmice; são apenas algumas causas apontadas. Não creio que elas sejam únicas e verdadeiras. As gestões corporativas sofrem de uma doença um pouco mais séria.
Confundem criar e inovar com “lançar produtos novos a qualquer custo”. Esta é uma diferença tênue e que pode causar grandes prejuízos. Inovar está ligado com nossa capacidade de encontrarmos saídas mais simples, exatas, e que nos dirijam a um caminho mais eficiente, de resultados positivos.
Ora, e porque não somos criativos e inovadores então? Eu desconfio que a resposta possa estar ligada a dois fatores principais: primeiro a má utilização do tempo das pessoas e, de forma quase concomitante, a falta de prática.
A primeira causa, tempo, é muito fácil de explicar. Os gestores – pessoas que deveriam capitanear o processo de inovação – estão ocupados debatendo seu cotidiano, repleto de aspectos operacionais. Reuniões e mais reuniões. Quando não estamos reunidos, estamos nos preparando para uma reunião. O próprio ambiente de trabalho, repleto de burocracias desnecessárias, jogam contra a necessidade de inovar. “Pensar” está muito atrás, na lista de prioridades, do mero “Agir“. As organizações premiam ações, resultados imediatos, e não a estratégia inteligente.
Fácil de comprovar isto. Quanto tempo, você leitor, passou nas últimas semanas refletindo sobre inovações e oportunidades de criar processos ou produtos otimizados? Com certeza, muito menos tempo, do que o gasto em debater problemas e conflitos cotidianos.
A segunda causa é um pouco mais complexa. A falta de prática de pensar, inovar e criar. Apesar dos MBA´s e cursos de extensão estarem repletos de cases e simulações que pregam o desenvolvimento da capacidade de pensamento estratégico – pouco desta teoria é levada ao dia-a-dia empresarial. Aceite o desafio: pergunte aos gestores de sua empresa o que eles podem inovar hoje, agora, no momento atual. Seja um processo, um produto ou qualquer outra coisa relacionada ao negócio. Aposto que as respostas surgirão imediatamente, entretanto, elas convergirão a solucionar problemas já existentes. Focarão em conflitos, em falhas, ou mesmo em déficit já amplamente conhecidos. Pouco, ou quase nada, de inovação. São raros os que sabem o que é isto e como faze-lo. Não foram treinados e nem tiveram oportunidade de praticar o “Livre Pensar”. Estão trabalhando no “piloto automático” em busca dos resultados, das metas, e basta. Não praticam o ato de reinventar o negócio ou a si próprios. 

Gestores possuem excesso de conhecimento, pena que isto não seja mais suficiente, pois nossos concorrentes também o detêm. Como disse um cara, que considero um “um bom inovador” : A imaginação é mais importante que o conhecimento. Este cidadão foi Einstein.

 

Por Renato Ricci

Fonte: https://portalexame.abril.com.br/rede-de-blogs/gestao-positiva/2010/09/19/criativos-e-inovadores-mas-como/

 

 

 

 

 

 

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